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Memória em desvio: paisagens em vertigem

Memória em desvio: paisagens em vertigem

Marca: Annablume Referência: 9786585936033

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Memória em desvio: paisagens em vertigem

Brida Emanoele Spohn Cezar

Formato: 16x23cm, 378 paginas

ISBN: 978-65-85936-03-3

 

“Este é um tempo de fragmentos” , ela escreve, citando Maria Gabriela Llansol, já no início de seu livro. “Este é um livro de fragmentos”, escrevo eu, para acrescentar que os fragmentos, aqui, reconstroem trilhos e abrem trilhas de leitura, em meio a paisagens que engendram a produção de desvios. “O descarrilhamento dos trilhos da ferrovia em São Salvador
leva à fabricação de narrativas que servem como locomotivas para os passageiros desembarcados na antiga estação desativada”-- ela continua. Mas sabemos, já de início, que um desses desvios a fez pousar o olhar nos “movimentos transgressores do fogo e dos fungos, incansáveis em promover a evaporação e a decomposição da matéria”. Atravessávamos um tempo de pandemia e esses movimentos se impuseram como um método, mas pesquisar o que está em constante desvio, em perpétua metamorfose, não é tarefa simples. E, então, este livro nos convoca para uma tarefa exigente. “Ali, onde tudo é indeciso, só se pode viver em perpétuo desvio”, ela já anuncia, citando Blanchot, como a segunda epígrafe de seu livro. E agora podemos já dizer que esta é uma tese em desvio: antes mesmo de ser defendida, ela ousou sustentar o indecidível de um livro que faz, dos fragmentos, trilhos; dos trilhos, uma espécie de
descarrilhamento do leitor. Trata-se de uma tese em Psicologia Social e Institucional? Trata-se de uma memória da pandemia? Trata-se de um testemunho poético da ruína? “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução.”—escreveu ele, o poeta Manoel de Barros, que também comparece na escrita de Brida Cezar como texto, mas que aqui me ocorre sobretudo quando leio sua memória-barro e meu olhar se detém nas lascas sobreviventes. E, então, salto para as últimas palavras do livro e para o sonho-Tania. E o livro se metamorfoseia
em barco, onde podemos ler, na vela que atravessa a paisagem, o fim do poema de Barros: “Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”. E leio assim este livro: como versos-sementes que brotaram de uma pesquisa que soube se desviar, amorosamente, de seus trilhos.
Lucia Castello Branco

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