Metrópole de São Paulo 1967 - 2017: 50 anos em busca da autoridade metropolitana

Escrever sobre a história recente da formação da metrópole de São Paulo não apenas ajuda a essa cidade como a todas as outras brasileiras de grande porte. A necessidade de ter uma governança metropolitana mais forte e bem definida para os problemas comuns há muito é reconhecida. Mas a mobilização de todos para enfrentá-los depende de colaborações espontâneas com pouca motivação política e confusa responsabilidade formal. A situação lembra o que acontece com o 13º andar dos edifícios em certos países. Por serem considerados azarados têm menor valor de mercado. Para evitar o prejuízo, a numeração pula do 12º diretamente ao 14º, mas, na realidade, o 13º está lá sem ser assumido. Obra essencial, o livro do Branco joga luzes sobre o que fomos ou o que deveríamos ter sido, para quem sabe iluminar o que queremos ser no futuro. O Engenheiro Luiz Carlos Mantovani Néspoli escolheu um tema delicado e profundamente sensível ao poder político e à população: como a RMSP se organizou nestes 50 anos? Ao longo da leitura, observa-se que transporte público, uso do solo, propostas e leis vão se entrelaçando com os poderes municipais, estaduais e federais e que dirigentes, técnicos e políticos, de diversas tendências políticas, foram tentando equacionar os problemas, com estruturas institucionais como o GEGRAM, CODEGRAM e CONSULTI e planos como o PITU. Neste trabalho histórico, Néspoli apresenta ainda o que a OCDE recomendou à Coreia do Sul, tendo por base exemplos de excelentes autoridades metropolitanas de cidades europeias. Mas, quais destes modelos nos satisfazem? Ao longo de nossa história aprendemos a não fazer. Que isso tenha sido pelo menos necessário e suficiente para termos aprendido como fazer.
Ailton Brasiliense Pires