Durante muito tempo – tempo demais – a universidade foi responsável por um discurso que produziu a patologização dos nossos corpos. Nossa marginalização e abjeção social era legitimada pela academia. A intelectualidade era incapaz de compreender o mundo para além da binaridade de gênero e do genitalismo. Era mais fácil nos colocar como desviantes do que revisitar certezas artifificialmente construídas, que limitavam as possibilidades humanas. Falo aqui em primeira pessoa sobre a experiência de ser transvestigênere, mas a mesma lógica se aplica à desumanização do ser negro e ao genocídio indígena. Mais uma vez, a instância reconhecida como produtora do conhecimento – na época, aliada à Igreja Católica – produziu um discurso para justifificar o extermínio dos povos originários e a escravidão negro-africana. Vivemos as consequências disso até hoje. Mas há tempos estamos nos infiltrando e subvertendo esse sistema com nossa poética. Uma nova produção de conhecimento surge com a nossa cara, a partir das nossas vozes e das nossas experiências. Nada de nós sem nós! Educação, Cultura, Ciência e Direitos Humanos: pilares poderosos que embasam nossa luta, nossa retomada. Vida longa à Universidade Federal do Sul da Bahia e a todos aqueles e aquelas que se dedicam a transformar o nosso mundo! Erika Hilton
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Dimensões | 16 × 23 cm |
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Número de páginas | 212 |
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