
Os jardins contemporâneos nos imaginários urbanos
Formato: 16x23 cm, 152 páginas
ISBN 978-65-85936-64-4
A que ponto as transformações extensas e profundas que marcam o momento contemporâneo desestabilizam a ideia de jardim e as práticas do seu cuidador? Talvez não seja apressado concluir que o jardim continua a simbolizar a possibilidade de plenitude da(s) natureza(s) humana(s), em toda sua diversidade e complexidade; um reino de justiça, de compreensão (por ser compreensivo do humano e do não-humano); lugar fértil, de proteção e garantia do prosseguimento da vida e da força erótica que a impulsiona, em todas as suas formas e maneiras. Sim, em todas as suas formas e maneiras porque, por efeito do turbilhão que hoje atinge até mesmo os protagonistas arquetípicos do jardim do Éden, a capacidade de dar continuidade à vida, mesmo na acepção restrita de bios, já não depende de pulsões ou atributos exclusivos do casal primordial (a ciência oferece outras possibilidades de reprodução da espécie), mas é extensiva a toda a humanidade, sem quaisquer restrições, a não ser as impostas pela finíssima pele chamada biosfera, perímetro do hortus conclusus sob os cuidados constantes do jardineiro.
Malena Segura Contrera