DEFORMAÇÕES, DESLOCAMENTOS E DEVANEIOS: Entre paisagens (volume II):
Imaginário: Construir e Habitar a Terra
Artur Rozestraten (organizador)
Formato: 16x23 cm, 196 páginas
ISBN 978-65-85936-59-0
Entre paisagens, quarto volume da série Imaginário: Construir e Habitar a Terra, reúne textos voltados, por diferentes entradas, a aspectos sensíveis dos modos de vida nas cidades atuais. Em cenários de crise sanitária, na democracia e no meio ambiente, as condições de habitabilidade se tornam questões prioritárias. Somam-se os efeitos de processos midiáticos, a configurar tramas de informação e profusão sem precedentes de imagens pelo mundo, bem como suas interferências na compreensão e nas práticas do habitar. A ocorrência desses fenômenos corrobora a necessidade de aprofundamento e revisão de conceitos atinentes à dimensão cognitiva das imagens, cada vez mais encarnadas na experiência direta do olhar. Explorando diferentes táticas de experimentação, os/as autores/as estabelecem diálogos em campos interdisciplinares, atravessando paisagens e imaginários sob vias transversais. Segundo acepções admitidas pelo termo na atualidade, a paisagem implica a compreensão, pela experiência direta, de uma superfície em que se apresentam semblantes, que afeiçoam fisionomias. Trata-se do olhar de uma pessoa desprovida de qualquer aparato técnico, habitante de certa vizinhança ou comunidade, ou de um viajante, imerso no mundo, corpo a corpo. Esse “rosto” imediato da paisagem, que se traduz em formas, não esconde nenhuma nudez, tampouco encobriria qualquer “verdade” por trás de si. Não se trata de um véu a ser ultrapassado, mas de uma realidade presente.
Sob outras vertentes, a paisagem é associada ao componente material da produção do espaço. Aquilo que restaria inerte após a extinção da vida, em situações hipotéticas, permitiria imaginar essa componente. A materialidade da paisagem, entretanto, não se confunde com qualquer inércia; ao contrário, apresenta as condições de dinamismo e fluidez que mobilizam a imaginação profunda, mesmo quando sua resistência impassível convida ao repouso ou desperta a vontade de agir contra ela. Seu lastro indestinado oferece fontes à emergência de mundos.
